Canto as cantigas
para enfeitar o reencontro dos amigos!
um céu azul, pouco sol,
harmonizando o encontro ao redor
da mesa redonda.
Encobria- nos de flores e de verdes,
o jardim feito e cuidado pela dona da casa...
Nesse ambiente de paz,
o tempo não havia passado...
se amigos se tornam irmãos, ali estavam os meus irmãos
perpetuei aquele momento na memória,
onde ficam as bagagens do amor...
a dona da casa, fez macarrão e bolo de tapioca,
aquele que eu gosto muito , e tem o sabor da sua vida:
perfeito, não muito doce, nem sem doce - na medida!
Ela decide a vida e pronto! Está decidido...
mantém o seu jardim, a sua casa, os seus filhos,
e a ela mesma, com uma força incomparável,
ela é dona dela, contrói as trilhas do seus caminhos
e deixa a sua marca...corajosa nas suas decisões
supera, renova, e persegue as suas intuições...
isso é o que ela me ensina, dia a dia...
não tenho como retribuir...
penso em suas dores superadas, descartadas...
sou pequena para ousar...Grande Dedé!
à sombra das plantas coloridas,na mesa redonda com bolo e café
encontro no olhar azul, a amiga que me inspira bondade
questiona e me ampara ao mesmo tempo,
parece mais frágil mas, sempre foi dona da sua vida,
se enfeita ,se veste de cores, me acalma,
é cuidadora... sem notar, cuida de mim
Receptiva, para o que vier, a Célia ,
sem usar açúcar mas com muito afeto,
está sempre com o coração pronto para me acolher!
no verde das folhas despejando bem estar, está
aquela que me passa simplicidade e beleza...
"quero você bonita, feliz, alegre.."
também desejo a você, meu bem... e mais que isso:
há de romper com as amarras e ficar livre para um grande amor!
e assim, misteriosa, a Ivani está conosco...
de peito aberto, sorriso largo, na diagonal da mesa,com alguns raios de sol atravessando a folhagem e lhe caindo sobre o rosto, está o Paulo,
que me acompanhou a vida toda... esteve nela!
conta os contos de sua vida riquíssima, comparada a minha:
não se deteve nos pequenos espaços, viajou o mundo,
destrancou-se , livrou-se da vida "micro"
e sem medo vai de norte a sul, de leste a oeste:
passou longe das correntes, algemas, das amarras
é inteiramente livre ...
e me compreende como quando criança:
há muito tempo quis endireitar o meu dedinho torto, com uma martelada:
" não chore, eu ponho gelo e seu dedo fica consertado..."
dessa vez, não martelou o meu dedo...
a leveza , as palavras tão claras, e o quanto sabe de si,
respinga em todas nós um sentimento de alegria e admiração!
ele me protege, sem se dar conta...
domina a sua vida, toma conta dela!
Dia de paz...no reencontro não programado,
dos amigos irmãos, na casa da Dedé...