domingo, 17 de fevereiro de 2008

Reencontro

Canto as cantigas
para enfeitar o reencontro dos amigos!
um céu azul, pouco sol,
harmonizando o encontro ao redor
da mesa redonda.
Encobria- nos de flores e de verdes,
o jardim feito e cuidado pela dona da casa...
Nesse ambiente de paz,
o tempo não havia passado...
se amigos se tornam irmãos, ali estavam os meus irmãos
perpetuei aquele momento na memória,
onde ficam as bagagens do amor...
a dona da casa, fez macarrão e bolo de tapioca,
aquele que eu gosto muito , e tem o sabor da sua vida:
perfeito, não muito doce, nem sem doce - na medida!
Ela decide a vida e pronto! Está decidido...
mantém o seu jardim, a sua casa, os seus filhos,
e a ela mesma, com uma força incomparável,
ela é dona dela, contrói as trilhas do seus caminhos
e deixa a sua marca...corajosa nas suas decisões
supera, renova, e persegue as suas intuições...
isso é o que ela me ensina, dia a dia...
não tenho como retribuir...
penso em suas dores superadas, descartadas...
sou pequena para ousar...Grande Dedé!
à sombra das plantas coloridas,na mesa redonda com bolo e café
encontro no olhar azul, a amiga que me inspira bondade
questiona e me ampara ao mesmo tempo,
parece mais frágil mas, sempre foi dona da sua vida,
se enfeita ,se veste de cores, me acalma,
é cuidadora... sem notar, cuida de mim
Receptiva, para o que vier, a Célia ,
sem usar açúcar mas com muito afeto,
está sempre com o coração pronto para me acolher!
no verde das folhas despejando bem estar, está
aquela que me passa simplicidade e beleza...
"quero você bonita, feliz, alegre.."
também desejo a você, meu bem... e mais que isso:
há de romper com as amarras e ficar livre para um grande amor!
e assim, misteriosa, a Ivani está conosco...
de peito aberto, sorriso largo, na diagonal da mesa,com alguns raios de sol atravessando a folhagem e lhe caindo sobre o rosto, está o Paulo,
que me acompanhou a vida toda... esteve nela!
conta os contos de sua vida riquíssima, comparada a minha:
não se deteve nos pequenos espaços, viajou o mundo,
destrancou-se , livrou-se da vida "micro"
e sem medo vai de norte a sul, de leste a oeste:
passou longe das correntes, algemas, das amarras
é inteiramente livre ...
e me compreende como quando criança:
há muito tempo quis endireitar o meu dedinho torto, com uma martelada:
" não chore, eu ponho gelo e seu dedo fica consertado..."
dessa vez, não martelou o meu dedo...
a leveza , as palavras tão claras, e o quanto sabe de si,
respinga em todas nós um sentimento de alegria e admiração!
ele me protege, sem se dar conta...
domina a sua vida, toma conta dela!
Dia de paz...no reencontro não programado,
dos amigos irmãos, na casa da Dedé...

5 comentários:

Pedro disse...

Quando a gente se depara com um texo desses
às 18:19hs da tarde, bate aquela certeza de que
às 19:20hs as coisas vão melhorar. Vão conspirar a favor. Bate aquele alivio emocional.

E, tia Sandra. Quem você quer enganar?
Enfermeira nada, você é uma poetisa
escrevendo em forma de prosa.

Bjs.

Anônimo disse...

textos lindos são os seus...
fiquei impressionada com cinco e sessenta,
gosto muiiiiiito de voce!
sinto vontade de divulgar todos os seus textos para os meus amigos...
Alguns já são fãs.
beijão

Anônimo disse...

oi Sandra,

adorei o que vc escreveu, aliás eu sempre gosto de seus textos, sou sua fã incondicional.
Cfe fui lendo ia me lembrando das cenas do nosso reencontro que foi ótimo e vc tão maravilhosamente registrou.
bjs

Anônimo disse...

Sandra o comentário acima é meu Dedé

Raul Abreu disse...

Sandrinha: conheci um dia, meiga mocinha que passava-me inspiração e muita alegria. Ela, loirinha, sempre sorrindo... eu a vi um dia na janela do trem que ia cortando a mata e lá atrás, pela janela, ficava olhando-a com o coração feliz. E ficava acenando até não mais vê-la... mas seguia sonhando acordado... Ela era uma linda poesia que enfeitava minha vida. Que sorte te-la tido um dia ao meu lado com carinho de criança e agora a admiração pela poesia que continua inspirar. (Raul)