sábado, 30 de agosto de 2008

Desconsidere

no fim do inverno

um frio , frio demais

estou sozinha com o meu "bem estar"

bem por estar comigo

e comigo discutir o que não vai bem.

não vai bem este desconforto

de ventania fora de época

vem a tempestade?

sei lá!

poderia vir

e arrumar o desarrumado

o desarrimo, o desatino,

que nem ata e nem desata

atravessa na bagunça da vida...

quero fazer a lista dos amigos

e as malas para o amanhã

no temporal,

no tempo,

nos destroços,

na tempestade.

domingo, 24 de agosto de 2008

"quereres"

querer muito, complica?
contentar-se com o pouco ,
fica pouco.
mas, e com o nada?
Acovarda -se aquele
que nada muda,
diante do nada.
E a vida?
"Só tem uma, companheiro..."

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

agosto

"cantar...canta uma esperança"

choveu em agosto,

em mês de cachorro louco,

florescem as orquídeas

no meu quintal...

e se chove em agosto ,

terei mimos, petúnias,

violetas, primaveras

flor de maio , em agosto.

oposto a tudo...

o broto

da vida semente

semeada em ventre

da mais moça

inventa a festa

dos "entes",

e me perpetua

na vida que estou de passagem.

palavras

as vezes preciso das palavras

nem certas, nem erradas.

palavras são como alimento

engordam, nutrem a alma

quero a palavra escrita

e não mais a falada

a falada esconde a alma

a escrita,

dita a alma.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sono

Fui ao bar, comi arroz com grão de bico
e coalhada.
encontrei a Zezé, o Geraldo
a Dedé.
pedi café.
falei com o sr Pedro
e terminei a quarta
com gosto de vinho
e um cansaço de 12 horas
na vertical.
caio na cama,
descanso o corpo.
e a cabeça?
lá em Brasília,
torcendo pro meu amigo trazer
o prêmio de melhor trabalho.
Quero viajar de novo
dançar tango no Caminito
ir à Ilha Bela,
e caminhar até Bonetes
passando pela cachoeira
e pelo Julião.
Na mala levo a bagagem:
poemas do Pessoa,
crônicas do Cony,
palavras do Rubem Alves,
psicologia jungiana da Clarissa,
frases do Leminski,
filosofia do Niezstche´
música do joão,
uma água de côco,
e pouca roupa,
pra não tomar
o lugar dos sonhos,
dos embrulhos de emoções,
dos pacotes de contos,
do filme da memória
da fotografia do passado.
Será que o amor
ao nível do mar,
rolando nas ondas,
batendo nas pedras,
enroscando no chapéu - de - sol
acabou se queimando na areia da praia?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Reflexão

Começaria tudo de novo?

Sem nada mudar, nada, nada?

sim, me soa falso.

Como começar de novo uma vida já vivida ?

e conhecendo

o bem feito,

o não feito

e o mau feito?

Como assim? Tudo igual ? Sem mudar ?

e os momentos em que a mente

preocupada, desconfiada,

trabalha dia a dia para esquecê-los?

Quem se disporia?

Viver todos os momentos já vividos...

Penso , viver o vivido

sem mudar absolutamente nada?

Quem, humano, se arriscaria?

uma lista de acertos

e não acertos para se reviver , óbvio?

a belíssima "Começaria tudo outra vez" valeria?

A vida vivida de novo, sem mudar nada!

Quem ousaria?

certeza de tudo, de verdade,

repetir a vida

sem modifica-la , argumentem...

Estou curiosa.