domingo, 13 de abril de 2008

VIDA

jogo a vida fora

pela janela, pelas frestas,

devagar, em pedaços

chuto a vida, deixo rolar,

vai pra onde? pra qualquer lugar,

rola nas escadarias do presente,

roda na enxurrada de lágrimas

dos afetos e desafetos

mais desafetos...

percorre as avenidas, se encolhe nos becos,

procura companhia nas estreitas alamedas da solidão

procura sentido para continuar

não tem sossego, esbarra nos pés da ilusão

questiona os sonhos planejados para o agora,

não acha graça e discute com o coração embargado

pelos sentimentos

não tem resposta, não tem ajuda, não tem lembranças

o grande vazio enfeita e traja a vida

roda a vida sem sentido

rola miúda nos becos , avenidas, alamedas

roda sem rumo

ímpar na busca da alma

que vida é essa que não conhece a sua alma?

rola. roda. Enrosca no galho da esperança

Abraça forte o fio da corda do frágil amor.

Canta todos os cantos do suposto encontro

e pequena no canto, chora mansinho

e reclama pelo descaso... pelo cansaço

até pede ajuda :

um agasalho, um abraço da insensata alma perdida ...

mas, nada.

2 comentários:

Pedro disse...

Lindo, fluente.

Bjs.

Raul Abreu disse...

... hummmmmm.... Sandrinha do meu coração: meu carro quebrou e mandei consertar. Quebrou de novo, mandei consertar. Eita carro que vive sempre encrencado... eu vou com ele pra muitos lugares, vejo a paisagem à beira da estrada, as pessoas, os animais, a natureza toda com suas nuances,... eu amo meu carro com todos vai-e-vens pois é até engraçado ver o mecânico me dizendo: "aqui de novo?", vou deixar seu carro tinindo! ... não vou trocar meu carro; o que seria dele sem mim e eu sem ele ?