jogo a vida fora
pela janela, pelas frestas,
devagar, em pedaços
chuto a vida, deixo rolar,
vai pra onde? pra qualquer lugar,
rola nas escadarias do presente,
roda na enxurrada de lágrimas
dos afetos e desafetos
mais desafetos...
percorre as avenidas, se encolhe nos becos,
procura companhia nas estreitas alamedas da solidão
procura sentido para continuar
não tem sossego, esbarra nos pés da ilusão
questiona os sonhos planejados para o agora,
não acha graça e discute com o coração embargado
pelos sentimentos
não tem resposta, não tem ajuda, não tem lembranças
o grande vazio enfeita e traja a vida
roda a vida sem sentido
rola miúda nos becos , avenidas, alamedas
roda sem rumo
ímpar na busca da alma
que vida é essa que não conhece a sua alma?
rola. roda. Enrosca no galho da esperança
Abraça forte o fio da corda do frágil amor.
Canta todos os cantos do suposto encontro
e pequena no canto, chora mansinho
e reclama pelo descaso... pelo cansaço
até pede ajuda :
um agasalho, um abraço da insensata alma perdida ...
mas, nada.
2 comentários:
Lindo, fluente.
Bjs.
... hummmmmm.... Sandrinha do meu coração: meu carro quebrou e mandei consertar. Quebrou de novo, mandei consertar. Eita carro que vive sempre encrencado... eu vou com ele pra muitos lugares, vejo a paisagem à beira da estrada, as pessoas, os animais, a natureza toda com suas nuances,... eu amo meu carro com todos vai-e-vens pois é até engraçado ver o mecânico me dizendo: "aqui de novo?", vou deixar seu carro tinindo! ... não vou trocar meu carro; o que seria dele sem mim e eu sem ele ?
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