a vida me chama de volta
volto para o nada
nada que represente vida
vida não combina
com o cotidiano de viver as mortes.
Cansei.
não quero conviver
tão pouco vivenciar
o que deixou de ser vida...
nem lágrimas, nem palavras
hão de consolar.
não tem justificativa,
não tem juizo
não é justo...
não há porque entender a morte
pior aquela cujo o coração insiste
quando tudo mais já morreu.
por que insisto eu em ser a guardiã da vida?
passo os dias espantando a morte,
Dou-lhe rasteiras,
apago os rastros.
Dissimulada
traiçoeira, chega ela:
altiva, negra, imbatível,
gargalhando,
me atropela.
nem poemas, nem o amor perdido
nem a perda do "eu"
ou superego
dos caminhos,
dos limites...
nada justifica.
não quero mais
cansei.
quero cuidar de jardins.
quero plantar flores.
enfeitar a casa
Nenhum comentário:
Postar um comentário