quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Perda

Oi, como vai?
não me diga que
os pássaros do teu quintal
já não te visitam,
que as plantas que você sempre regou,
secaram...
que a casa está vazia,
não há comida no fogão,
o café não está pronto.
E o sorvete de milho?
as crianças estão esperando...
a paz da sua casa...
os passeios quando eu era adolescente
a sua proteção?
segure-se em mim: dou-lhe o meu corpo para o seu apoio,
fala...eu te ouço
medo? de que?
por favor não piore os meus dias, a minha vida
não é justo, não está certo...
preste atenção para as suas dores
enfrenta, luta!!!
por nós, se não for por você...
a morte se enfraquece diante de tanta esperança,
de tanta fé.
não olhe assim pra nós, pra mim
deixando a vida ir...
como se a sua vida só a você, pertencesse
como se nós pudéssemos continuar vivendo
como quando jovens, com as crianças nos rodeando,
nas brincadeiras da família.
não, não nos torne menos,
numericamente diminuídos...
afetivamente mais pobres
a família menor, o vazio maior...
por nós: não abaixe a cabeça pra ela!
erga o seu corpo, ande... nós somos o teu apoio
olhe em volta, não se deixe ir
a morte fica insignificante diante de tanto amor
não caia na armadilha...
Você tem medo ?
fala, responda!
da noite?
do que?
"da morte..."
ela está chegando, devagar... sem pressa,
insinuando vir à noite,no momento em que
os filhos, os netos , todos nós
pedimos a Deus por sua VIDA?
não fique ofegante, calma...
na chegada da noite estaremos em vigília,
no cerco da morte,
no acalento da sua vida,
no ilimitado e infinito amor
que nos une...
a pequena família

3 comentários:

Anônimo disse...

minha mãe sempre diz que passamos somente uns dias aqui neste mundo, então vamos gastar nosso pequeno tempo com o que realmente importa, as pessoas que nós amamos e as que nos amam, sem brigas, vamos relevar mais as esquisitisses e chatisses que todos nós temos e viver bem, sermos felizes...
da perda, todos temos certeza, mas isso não faz dela menos dura quando ela chega, principalmente quando vivemos o que realmente importa com aquele que se vai, vivemos o amor...
os que ficam, tentam se escorar uns nos outros pra não desabar, é importante termos "esteios" para escorarmos e braços que nos ajudam a continuar a caminhar, mesmo quando a vontade é sentar num cantinho e desidratar de tanto chorar.
Força!
assim como a certeza da perda, outra é tão certa como o sol brilha... Deus é sobre todas as coisas... nos apoiemos nEle

Anônimo disse...

Sandra: senti a dor, o apelo, o escorrer entre os dedos das mãos. Prá que,não? Todos nós deveríamos ir 1 vez à Lua e olhar para cá. Jamais seríamos os mesmos, não haveria mais tempo perdido.
Dói perder, dói mais ainda não ter como impedir. Compartilho, entendo e choro por não ser um super herói para resolver tudo, tudinho mesmo.
Bjs

estou em QAP disse...

Saudades, querido.
Sandra