fico dezembramente preguiçosa
digo até breve a Primavera,
e tiro as manhãs e as tardes
coloridas do verão, com um céu azul, ora nuvens pesadas
para esquecer a escravidão de todos,
e não a minha... ou a minha também ?
quero colo de mãe, quero o café da manhã posto,
almoço quentinho feito na hora
ficar descalça, andar nos quintais
da Augusta e da Luisa que há tempo me deixaram!
quero um jardim igual aquele da infância;
com margaridas brancas, lírio amarelos,
muitas violetas... e a paz por perto
ou aquele cheio de beijinhos
variando os coloridos das flôres
deixando o chão de terra virar tapete bordado!
e as flôres de maio penduradas nos troncos,
também florindo em outros meses...
o pé de jabuticaba crescendo entre as plantas,
e entre elas, as crianças ...
no quintal da Luisa ,
flôres, bica d'água, mexerica do rio e pé de lima
no quintal da Augusta,
acerola, abacate e laranja lima
em ambos, pé de manga e mãos de mãe
e colo pra crianças doentes
e ouvidos para as dores dos adultos
Luisa avó, Augusta chamada por avó,
querida e amada pelos meus filhos!
em ambos jardins, a paz fez sua morada...
em ambos eu , criança em uma época
adulta em outra, andava de pés no chão
sob o tapete colorido transformados e cuidados
pelas mãos dos poucos e raros amores
de minha vida... grandiosas mulheres
que Deus me presenteou ...
e a minha vida ganhou sabedoria,
simplificou o que sempre foi simples:
criar filhos ou netos,
plantar sementes de maracujá com os pés,
contar histórias de assombração, fazer vestidos de boneca,
ou, ensinar aos netos, andar no cavalinho
dado ao pai das crianças
quando ele, criança...
e me ensinaram, sem dar aulas,
sem nenhuma didática ,
que a paz mora nos jardins construídos pelas nossas mãos,
rodeadas de crianças, rodeadas de flôres
e cheinha de alma feminina,
nos cantos, nas palavras
e nos sofreres calados...
Augusta e Luisa
Quando as perdi, eu e os meus filhos
ficamos pobres de amor...
sábado, 29 de dezembro de 2007
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
fostes
catorze do doze,
33 catorze de dezembros...
aplausos prá nós!
não foram fáceis
os tempos iniciados juntos
e os caminhos percorridos na solidão
do aprender a amar, compartilhar ,
cuidar, pactuar e se virar!
colhemos muito, fizemos muito!
ajeitamos, consertamos, construimos,
passamos por pontes, rios, mares,
estradas estreitas, perigosas, cansativas
e por outros caminhos
com largos tapetes de areia
cheirando a frutos, flores e mato
e a alegria dos nascimentos
das crianças saudáveis e belas
expandia a grandiosidade do "nós"
a vida era assim:
deixava pequeno o sofrimento,
porque na mistura das emoções
prevalecia a cantiga de amor,
no "silêncio de nós dois":
e principalmente porque
tu "foste o meu homem
e eu,tua mulher"
33 catorze de dezembros...
aplausos prá nós!
não foram fáceis
os tempos iniciados juntos
e os caminhos percorridos na solidão
do aprender a amar, compartilhar ,
cuidar, pactuar e se virar!
colhemos muito, fizemos muito!
ajeitamos, consertamos, construimos,
passamos por pontes, rios, mares,
estradas estreitas, perigosas, cansativas
e por outros caminhos
com largos tapetes de areia
cheirando a frutos, flores e mato
e a alegria dos nascimentos
das crianças saudáveis e belas
expandia a grandiosidade do "nós"
a vida era assim:
deixava pequeno o sofrimento,
porque na mistura das emoções
prevalecia a cantiga de amor,
no "silêncio de nós dois":
e principalmente porque
tu "foste o meu homem
e eu,tua mulher"
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Tuon
Rogério, tô te conhecendo ...
devagar, as nossas vidas acabaram
se enrolando, pelos avessos de enxergar as coisas
e pela maneira de nos enxergarmos!
fizemos um silencioso contrato simbiótico:
vai você, agora sou eu, não faço,
eu faço, fala que é a tua vez,
cala a boca, eu explico,
eu vou enrolar... não vai não senhora
deixa comigo... não encha!
prometo que eu vou, e não vai
eu não quero mais saber... e levo pronto
essa eu encaro... num vô!
por que eu? e por que eu?
e lá estamos nós...
acabou? o que? ah... não diga!
você acha que eu dou conta
fala mulher, abra a boca!
e garra a falar , você...
tudo certo neste samba !
e estamos nóis fazendo coisas que nunca fizemos
e batendo a cara...
e dando a cara para bater...
e despercebidamente há mudanças na cidade
na cadência do samba do crioulo doido!
ai que enxaqueca! ai, que dor no corpo!
tenha dó!!!
devagar, as nossas vidas acabaram
se enrolando, pelos avessos de enxergar as coisas
e pela maneira de nos enxergarmos!
fizemos um silencioso contrato simbiótico:
vai você, agora sou eu, não faço,
eu faço, fala que é a tua vez,
cala a boca, eu explico,
eu vou enrolar... não vai não senhora
deixa comigo... não encha!
prometo que eu vou, e não vai
eu não quero mais saber... e levo pronto
essa eu encaro... num vô!
por que eu? e por que eu?
e lá estamos nós...
acabou? o que? ah... não diga!
você acha que eu dou conta
fala mulher, abra a boca!
e garra a falar , você...
tudo certo neste samba !
e estamos nóis fazendo coisas que nunca fizemos
e batendo a cara...
e dando a cara para bater...
e despercebidamente há mudanças na cidade
na cadência do samba do crioulo doido!
ai que enxaqueca! ai, que dor no corpo!
tenha dó!!!
Priscila
bate o ar do natal na casa!
reluz a sala com cores , luzes e brilhos
bolas vermelhas e enfeites
lembrando a terra fria
do velho papai noel...
e criança, bem devagar,
chega a Priscila... desconfiada, olhos intrigados,
será mesmo uma magia ?
corre, canta, faz graça e se enroooooooooola
nos fios, nas cores, nas bolas...
perplexa, tem medo do velho de barba branca
e me chama a atenção: "vou pedir uma boneca que canta"
"e como ele vai saber que eu quero esta?"
faça uma cartinha, sugiro.
e a menininha deita no chão com
lápis coloridos e sulfite branco
e desenha a boneca que canta...
Feliz, deixa na árvore de natal
o seu pedido ao papai noel
na certeza , mesmo com medo,
que será atendida:
Pronto! agora é só por o seu sapatinho
na janela do quintal!
e a tarde passou serena
despejando harmonia em nossas vidas!
reluz a sala com cores , luzes e brilhos
bolas vermelhas e enfeites
lembrando a terra fria
do velho papai noel...
e criança, bem devagar,
chega a Priscila... desconfiada, olhos intrigados,
será mesmo uma magia ?
corre, canta, faz graça e se enroooooooooola
nos fios, nas cores, nas bolas...
perplexa, tem medo do velho de barba branca
e me chama a atenção: "vou pedir uma boneca que canta"
"e como ele vai saber que eu quero esta?"
faça uma cartinha, sugiro.
e a menininha deita no chão com
lápis coloridos e sulfite branco
e desenha a boneca que canta...
Feliz, deixa na árvore de natal
o seu pedido ao papai noel
na certeza , mesmo com medo,
que será atendida:
Pronto! agora é só por o seu sapatinho
na janela do quintal!
e a tarde passou serena
despejando harmonia em nossas vidas!
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Onde?
entornei o caldo
não teve sobra
passei o mata-borrão,enxuguei,
e sentada ao chão percebi
a beleza que contem
as cores do mundo colorido
fiz enfeite pra vida com as mãos,
e me enfeitei, e presenteei os filhos,
os amigos ,enfeitei os santos preferidos,
os lugares por onde passei
rezei... e pedi ao papai noel desse natal,
para me deixar na ponta do nariz
do boneco de gelo no pólo norte
ou na linha do equilibrista do circo!
quero ficar congelada,
ou equilibrada no centro da corda bamba,
para viver o tempo do aprendizado
e preencher as lacunas entre o "self"
e aquilo que penso ser ...
e me recompor na solidão do gelo,
onde poucas vidas , persistem...
onde eu "na geleira azul da Solidão"
me reconstruo, em minha história,
e me reencontro com minha alma
não teve sobra
passei o mata-borrão,enxuguei,
e sentada ao chão percebi
a beleza que contem
as cores do mundo colorido
fiz enfeite pra vida com as mãos,
e me enfeitei, e presenteei os filhos,
os amigos ,enfeitei os santos preferidos,
os lugares por onde passei
rezei... e pedi ao papai noel desse natal,
para me deixar na ponta do nariz
do boneco de gelo no pólo norte
ou na linha do equilibrista do circo!
quero ficar congelada,
ou equilibrada no centro da corda bamba,
para viver o tempo do aprendizado
e preencher as lacunas entre o "self"
e aquilo que penso ser ...
e me recompor na solidão do gelo,
onde poucas vidas , persistem...
onde eu "na geleira azul da Solidão"
me reconstruo, em minha história,
e me reencontro com minha alma
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