terça-feira, 7 de abril de 2009

dor

espantar a dor?

com qual remédio?

não aquela dor física.

aquela que ameaça

a alma e não lhe dá chances

de gritar por socorro.

sufoca nas entranhas o grito

cala a boca, emudece os lábios.

o que é isso?

Pessoa , o poeta fingi-dor,

finge que é dor

a dor que deveras sente.

e eu nem poeta, nem "fingidora",

fico com a minha dor

escancarada

na cara,

na raça.

vira minha

a dor da minha filha.

nela, propriamente dor

em mim

me invalida,

me descredencia,

me encurta a vida.

Um comentário:

stella maris nicolau disse...

Agora ficaram claras para mim esas tuas palavras. Como é duro a gente ver aqueles que a gente mais ama sofrendo.E filho é como um pedaço da nossa carne. Quando meu filho era pequeno às vezes me perguntava: "mãe, eu tô com dor?". Acho que ele pensava que eu podia sentir por ele, e talvez as mães assim o façam quando são muito conectada com sua cria.Fico preocupada com a reação do seu corpo frente ao teu estresse. Mãe enfermeira deve sofrer duplamente. Conta comigo. de verdade. Beijos.