segunda-feira, 13 de abril de 2009

papoteclado

o dedo correndo solto

no teclado

parece febre, parece peste.

Hão de corrigir as palavras mal concordadas

mas acordadas, alertas

e não acordadas em

pensamentos, em alma, em vida...

não se faz acordo em assunto de alma

seguem as teclas...

insanas, impertinentes, afobando

e afogando .

liberta "o ar que respiro"

esse papo teclado ou essa tecla papada,

(esse papo nosso

tá pra lá de Marrakech,

já tá pra lá de Teerã...)

nem rã, nem cobras, nem lagartos,

nem todos os espíritos, nem todos os feitiços

este papo teclado

ou esta tecla papada ?

(nem todos os santos,

irão explicar...)

esse papo ... já está

de manhã...

terça-feira, 7 de abril de 2009

"Minha Linda"

Onde está você agora, Minha Linda...
Em que ruas, que desertos se escondeu?
Por que mares já navegas Minha Linda...
Onde foi que a nossa história se perdeu?

Ah! Quase morro de esperar
Ah! Fico louco sem saber
Se tens tua vida em outras mãos,
porque não me liga pra dizer?

Nossa casa é feito um rio de solidão
Ora a água, ora a margem, rezo eu
Pra que os anjos que te cuidam,
cuidem bem
já que não posso cuidar
eu sendo eu!

Ah! Quase morro de esperar
Ah! Fico louco sem saber
Se tens tua vida em outras mãos,
porque não me liga pra dizer?



( letra e música de João Miguel Valencise )
site postado ao lado .Link www.valencise.com.br/musica- confiram!

dor

espantar a dor?

com qual remédio?

não aquela dor física.

aquela que ameaça

a alma e não lhe dá chances

de gritar por socorro.

sufoca nas entranhas o grito

cala a boca, emudece os lábios.

o que é isso?

Pessoa , o poeta fingi-dor,

finge que é dor

a dor que deveras sente.

e eu nem poeta, nem "fingidora",

fico com a minha dor

escancarada

na cara,

na raça.

vira minha

a dor da minha filha.

nela, propriamente dor

em mim

me invalida,

me descredencia,

me encurta a vida.