domingo, 30 de março de 2008

Inter- Ocorrências

Vixe, domingo
pós Zeca baleiro, anna, vitor, talita
presente, música, livro
caio de novo na vida ,
O PS me chama,
como banana com aveia e corro...
tem um corpo morto no velório
sem nome sem identidade
e agora sem vida
ai...ai...
Vamos rezar um pai nosso
me diz o anjo gabriel
mas e a funerária?
não vem...
a geladeira quebrou!!!
o que???
e aonde vai, aonde fica, que destino?
põe no rádio AM, liga 190,
vê se cabe, faz uma oração...
Chama o anjo...
e Gabriel, Marias, Anas, Antonias
recitam em côro, com a cabeça baixa
o pai nosso!
Bem que eu disse... foi o banho...
O que? e desde quando se morre de banho?
tava tão sujinho, coitadinho e aí ...
pronto! banho tomado, entrou em parada...
e o anjo loiro luiz, me informa:
minutos antes,
"Vai parar" saio em disparada,
junto tudo, corre povo ,
quero ajuda...é um coração cansado
e resolveu parar...
Vamos lá ;1,2,3,4,5,... Insufla...
1,2,3,4,5,6... Insufla...
não deu, cansou dessa, foi pra outra, Melhor? sei lá...
mas, coitado... agora sem funeral e sem geladeira...
vou dar bronca , ameaço, ou vem a funerária,
ou eu chamo a polícia!
Polícia? Vai ser preso? Quem? O que?
sem vida, sem comida, sem roupas, sem funeral,
vai me dizer que vai pagar as penas, morto?
ou a funerária vem ou a polícia ...
Arre...graças!!! chega o moço chique de terno e gravata...
no entardecer, quase noite...
lá se vai o desconhecido
que ficou nosso conhecido por um dia...
lá se vai na sua última viagem...
e com respeito, muitas lembranças em cada cabeça,
um nó nos pensamentos e na mente...
dizemos adeus... Deixa saudade?
Lá no céu, um boteco há de existir...

quinta-feira, 27 de março de 2008

Vírgula

não sei usar vírgulas
elas me atrapalham
seu respiro ponho vírgula
e se estou ofegante:
haja vírgulas. Quando estou "bradi" e calma
emendo tudo...
como não confio no meu rítmo
respiratório aboli as vírgulas
assim não passo vergonha
nem me afogo nem me afobo.
Pronto. Resolvi.
quero usar só ponto final
pra dizer nas entre linhas
sem vírgulas ou entre vírgulas ou ponto e vírgula
aquilo que o coração dita e edita.

domingo, 16 de março de 2008

Piaf

assisti ao filme
que conta a história de edith piaf
piaf, quer dizer pardal
e qual um pássaro, viveu Edith...
frágil, beirando a morte da alma!
mas, poderosa, era a sua voz...
esta, ninguem pode roubá-la
conviveu com perdas e desamor,
não era nada a criança de rua...
mas Deus se fez presente:
a voz destoava do frágil físico,
entoava enorme,nas canções
do desafeto e da dor...
e ecoou no universo,
e o mundo a conheceu,
e como pardal, viveu no equilíbrio do fio,
que sustentava o corpo e a mente ,
no limite da sanidade e da loucura!
no limite da vida,
Edith criou, cantou,
elaborou com a arte
o passaporte para a sobrevivência,
o suporte para a dor,
o reconhecimento do limite
entre o mal e o bem
ou quanto ambos, foram necessários.
Não importa o grande rombo
interior, o estrago , os desafetos,
as rejeições,os maus tratos, as ausências...
a voz imponente, rompe no Universo,
todos os horrores vividos...
e a platéia pede bis...
e Edith no palco, esquece sua dor.

terça-feira, 11 de março de 2008

Inês

Inês faz poesias,
fala do amor pela vida,
dos segredos do amor
e da alma feminina...
acho que a conheço há tempo,
pelo jeito de sentir
e enxergar o mundo!
parece companheira,
atrevida, intuitiva
consulta o seu interior
e conversa com ele...
tem alma de artista,
e como a maioria das "Inêses"
é bonita, cabelos e sorriso de Inês,
leves, soltos, sem medo de ser...

"Cala-te coração,
não acalente saudades.
Vigia a arte de passar..."

Inês, que conversa com o seu coração,
poetizando seus desejos:

"pulsa forte em descompasso,
busca força e energia,
não reprimas o desejo de amar"

Inêses, Clarices, Cecílias, Anas,
Sarahs, Lígias e mais tantas...
as almas femininas,
colhendo nos aventais,
as palavras em versos...
e a comida quentinha, e os filhos criados,
e a casa bela para o aconchego,
e o companheiro
na espreita do "Self"
da sua mulher, fêmea "dual"...
Inês que ama a vida:

"Amo tudo o que nela existe,
Amo o sol e as estrelas
Amo a chuva caindo,
Amo o vento soprando"

e que conversa com os sonhos:

"baixinho direi tudo
o que vai dentro de mim."

Inês que sabe da dor,
da vida, do amor e me empresta
otimismo e ousadia:

"ultrapassar montanhas, muros e pontes"
na busca do que o coração clama"

Inês, poetiza, autografou o meu coração...

quinta-feira, 6 de março de 2008

Recado

o pior da vida
é viver todos os dias iguais,
ou não vivê-los...
o pior dos sonhos é o não sonhado,
o pior da dor é não encontrar o remédio,
o pior da prisão é aquela sem grades,
não recua no meio do caminho,
atravessa o rio ,
mesmo que não haja pontes,
abra todas as portas da casa desconhecida,
conheça os incômodos cômodos,
vá de um canto a outro, vasculha,
abra as janelas
e canta as novas canções
despertando a felicidade...
não murmura, GRITA!
ousa, procura as respostas...elas estão aí...
bem guardadas no cofre da mente
siga a sua intuição...não deixa para amanhã!
a felicidade não conhece o futuro
e não permanece no passado,
ela deseja e só conhece o presente.
Vá em frente, enfrenta!
o cansaço do tempo, não quer mais esperar...
A felicidade?
boceja, adormece, silencia
e as vezes se despede
por ter sido ignorada,
despejada nos supérfluos
que inventamos, dia após dia,
no engano de continuar
a viver sem ser feliz!
nas nossas mãos , está ela
pronta para dizer adeus a solidão ...