e um ilustre desconhecido...
o sol estava tão quente
que mesmo nos ajeitando no banco de madeira sob as árvores
não nos acomodávamos...
passamos de um banco para outro
em busca de mais conforto
e acabamos nos sentando em frente
ao desconhecido:um homem com idade que poderia ser de 30 ou 50 anos
dormia, com muitas sacolas sob o banco,
mal cuidado no jeito de se vestir
e com sapatos lhe calçando os pés sujos.
O Bob não deixou barato.
Na curiosidade de cão,
deu-lhe aquela "cheirada"
que pode significar - "muito prazer"
ou "quem é voce, de comportamento não costumeiro?"
Assustado, o agora conhecido do Bob,
acordou, foi até a torneira da praça;
lavou o rosto, os braços e... os pés calçados!
"Ele não morde" eu disse para despreocupa-lo.
Pronto!Estabelecemos um canal de comunicação:
"estou vindo de Minas à pé... andei muitos Km...
estou descansando para continuar..."
E prá onde? perguntamos...
"mundo afora... eu e Deus... (apontando o céu)
estou esperando o sol "baixar"... o calor judia..."
e ficou prestando atenção no Bob e outros cachorros
com seus donos...comentou sobre eles...
com o ar sábio , olhando uma jovem, bem acima do peso,
que passava pela calçada, comentou:
"veja isso, como pode ficar assim?"
"deve comer tudo o que encontra pela frente...
"será que ela não percebe?"
Eu e a Ana Júlia , surpresas com o comentário...
"é... isso não é bom..."
"eu, tomei o meu café da manhã, nem almocei ainda!"
a gente come só quando tem fome...
"Olha a moça! que coisa!"
despedimo-nos do desconhecido
que tem Deus como companhia,
na sua viagem interminável ... no seu enorme mundo
e voltamos com o Bob para o nosso pequeno espaço,
nos questionando: parece sábio o homem
que vive só neste mundão de Deus!