domingo, 3 de janeiro de 2010

delírios

o inimigo me persegue
corro de um lado pra outro
não vejo
atras da porta?
tropeço e caio.
Cadê?
escuta... escuta o barulho...
tá ali, só eu vejo?
atarraca os meus cabelos
credo, que arrepio...

olho pra cima , olho prá baixo.
de um lado, do outro...
enlouqueci/ alucinei/
ah.. agora sim
me jogo no chão
arrebento o joelho,
procuro no canto
enfim, mosquitinho sem vergonha!

Adeus, ano velho

lá vem o ano novo
e eu? cansada depois de muitos plantões
muda o ano
e as lembranças
daqueles que não vi
daqueles que se foram para sempre
daquele que não veio apesar de tão esperado.

 vai a minha menina de volta pra vida de trabalho
e de mulher
e eu fico
olhando pela fresta da janela
o ano que se inicia
tento adivinhar
o que ele me diz...
algumas coisas são certas:
a mesmice, o dia e a noite iguais.
Isto é matemático.
Não muda porque exige da espectadora as mudanças.
afora isso,
o imprevisivel:
talvez melhorias,
talvez o inevitável.
fazia tempo que eu não chorava...
me deu saudade do vizinho loiro
que mudou-se para a eternidade
levando a sua juventude
e nos deixando envelhecidos.

adeus, ano velho.
Nas palavras da Sarah,
"tudo recomeça (inacreditavelmente) igual"