domingo, 11 de outubro de 2009

inercia

Decisões não são fáceis. Principalmente quando queremos mudar o rumo de longos anos vividos igualmente. As vezes em alta as vezes em baixa mas na maioria das vezes sempre igual. Tem que ter coragem. Não há mais as ferramentas da época da juventude. Por exemplo: audácia. Hoje a gente conhece o medo. já conhece os caminhos. Já conhece os passos . E não vão dar em nada?

O grande aliado da inercia para o novo é o medo. Medo de um novo trabalho mesmo sentindo que o atual está te consumindo como um tumor que aos poucos te mata. Medo de um novo lugar mesmo sabendo que o atual não tem nada para te oferecer. Medo de não ter novos amigos mesmo não os tendo agora. Alguns antigos que sempre serão amigos mas, novos? Medo de pessoas ou de não ter pessoas ao seu redor.

A estrada antiga, conhecida em detalhes , está desgastada pelo tempo. É preciso encontrar outros caminhos para serem explorados, com vegetações e climas diferentes. Haverá tempestades, armadilhas, ladeiras, porem tudo novo. Nada vivido antes. Um caminho novinho...com outros formatos, outras cores, outras paisagens.

Carregando a antiga estrada vivida, há de se viver o novo. Vivemos o que há dentro de nós e se este grande inimigo da vida, o doutor em catatonia, o grande e Senhor Medo nos deixasse viver o novo?

A porta do tempo se abriria para mais anos de vida. Cinematicamente. Outros mundos, outras vidas, outras cores.

É só o que bastaria.

5 comentários:

stellanicolau@uol.com.br disse...

Oi querida, entendo bem essas suas palavras. Não sei se sou uma boa conselheira. Fiz a opção pela mudança, por sair da zona de conforto e passei esses meses me sentido sem chão,numa crise de labirintite existencial. O duro da vida é que não tem ensaio para a maioria das situações. Seria legal se para cada nova decisão a gente pudesse ter um ensaio e depois decidisse se retorna ou não na decisão tomada. Mas na hora em que a gente sai de um lugar, os outros também se acomodam de outra forma sem nossa presença e lá a vida também continua. A gente se torna inicialmente uma lembrança saudosa, depois uma idéia vaga e depois ninguém mais se lembra que a gente passou por aqui.O mesmo também acontece com a gente e é o que estou tentando fazer com os lugares do passado. Eles vivem dentro de mim como dimensões paralelas da minha existência. As vezes vou brincar na casa da infância, na escola primária.Essa vida é mesmo uma viagem...Beijos saudosos

sarah disse...

lembrei de leminski...

"pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando"

[]s

Malu disse...

Decisões... não são nada fáceis, na balança ou que perdemos e o que ganhamos... que fazer?
que o medo de errar não nos impessa de caminhar para encontrar o melhor...
que tenhamos coragem para nos mantermos em pé se encontrarmos o pior.
Abraço!

estou em QAP disse...

stella, Sara e Malu
beijos e Feliz Ano novo!
Sandra

Anônimo disse...

Querida amiga Sandra: Só se chega do outro lado quando se dá o primeiro passo. Vale muito tentar pois havendo ou não um " SHANGRILÁ " ter-se-á uma nova experiencia que afastará a fantasia da inercia: " o que há lá adiante ?". E,... como voce é uma excelente escritora, juro que eu gostaria de ler um conto seu dizendo das maravilhas do outro lado, ou das maravilhas do atual !

Abraços, Raul Abreu