quinta-feira, 31 de julho de 2008

cansaço

não há o que perder

não haverá de perdoar

dá licença,

passa a limpo,

passa à ferro.

Passo a passo,

há de vir

o que se é pra viver.

nada de esperar ,

que seja

agora

feita a hora.


sábado, 26 de julho de 2008

nenhum

divido os caminhos

nem lá

nem cá

nem além...

fico na linha do trem

ou do nem?


se a primavera está

por vir

fico a espera dela

pois virão flores, perfumes.

a cidade se amarelará

de amarelos ipês.

esperarei a luz

valsando nas frestas

da minha janela,

para dar boas vindas

à nova cor do dia

ao novo perfume da noite...

e minha mãe me dizia:

"menina, você vai pegar uma friagem na garagem"

e eu criança , imaginava

que garagem é esta, que esfria?

não queria me arriscar,

vestia minha blusa de flanela,

flanelada no avesso, com flores miúdas

do lado direito, me enfeitando de mulher...

nem sei,

nem como, mas

esse tempo ... já se foi ?


(esquecendo esse frio de hoje, no corpo , na alma...)

domingo, 20 de julho de 2008

Do alto

do alto , verde e azul e negra e amarela

Manaus, Manaos, mais nada...

nem é preciso...

a exuberância da água

fala por mim, por você...

enquanto me afasto da vastidão verde

me aproximo

das luzes, e são tantas,

que cobre São Paulo com uma manta

de lantejoulas e missangas coloridas.

Uma, veste verde com faixas negras e amarelas.

Outra, brinca de princesa e se enfeita de brilhos.

Ambas, despejam em mim o verde e as luzes

e me ensinam que a vida é muito mais...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

diferente

O feriado acabou

e na noite de nove,

penso no dez.

nada diferente, se não fosse

a alegria da viagem

sonhada.

que bom!

dia 13 tá aí

e quem disse que é dia de azar?

pra mim é dia de voar...

Mudança?

a vida me chama de volta
volto para o nada
nada que represente vida
vida não combina
com o cotidiano de viver as mortes.
Cansei.

não quero conviver
tão pouco vivenciar
o que deixou de ser vida...

nem lágrimas, nem palavras
hão de consolar.
não tem justificativa,
não tem juizo
não é justo...

não há porque entender a morte
pior aquela cujo o coração insiste
quando tudo mais já morreu.
por que insisto eu em ser a guardiã da vida?

passo os dias espantando a morte,
Dou-lhe rasteiras,
apago os rastros.

Dissimulada
traiçoeira, chega ela:
altiva, negra, imbatível,
gargalhando,
me atropela.

nem poemas, nem o amor perdido
nem a perda do "eu"
ou superego
dos caminhos,
dos limites...
nada justifica.

não quero mais
cansei.
quero cuidar de jardins.
quero plantar flores.

enfeitar a casa