não há o que perder
não haverá de perdoar
dá licença,
passa a limpo,
passa à ferro.
Passo a passo,
há de vir
o que se é pra viver.
nada de esperar ,
que seja
agora
feita a hora.
não há o que perder
não haverá de perdoar
dá licença,
passa a limpo,
passa à ferro.
Passo a passo,
há de vir
o que se é pra viver.
nada de esperar ,
que seja
agora
feita a hora.
divido os caminhos
nem lá
nem cá
nem além...
fico na linha do trem
ou do nem?
se a primavera está
por vir
fico a espera dela
pois virão flores, perfumes.
a cidade se amarelará
de amarelos ipês.
esperarei a luz
valsando nas frestas
da minha janela,
para dar boas vindas
à nova cor do dia
ao novo perfume da noite...
e minha mãe me dizia:
"menina, você vai pegar uma friagem na garagem"
e eu criança , imaginava
que garagem é esta, que esfria?
não queria me arriscar,
vestia minha blusa de flanela,
flanelada no avesso, com flores miúdas
do lado direito, me enfeitando de mulher...
nem sei,
nem como, mas
esse tempo ... já se foi ?
(esquecendo esse frio de hoje, no corpo , na alma...)
do alto , verde e azul e negra e amarela
Manaus, Manaos, mais nada...
nem é preciso...
a exuberância da água
fala por mim, por você...
enquanto me afasto da vastidão verde
me aproximo
das luzes, e são tantas,
que cobre São Paulo com uma manta
de lantejoulas e missangas coloridas.
Uma, veste verde com faixas negras e amarelas.
Outra, brinca de princesa e se enfeita de brilhos.
Ambas, despejam em mim o verde e as luzes
e me ensinam que a vida é muito mais...
O feriado acabou
e na noite de nove,
penso no dez.
nada diferente, se não fosse
a alegria da viagem
sonhada.
que bom!
dia 13 tá aí
e quem disse que é dia de azar?
pra mim é dia de voar...