voce me pede um jardim
pra enfeitar
o amor desfeito.
folhagens e flores
embelezando
o amor que se foi...
voce tenta refazer as plantas
plantadas em
cantos sem canteiros,
sem eira nem beira.
voce se vai
dizendo
"até segunda,
fica com Deus!"
e Deus te leva pra outros cantos
e na segunda voce não aparece.
fica mais perto de Deus e longe de
tanto tormento.
e como Chico já disse:
"a Rita levou meu sorriso..."
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
perdi minha senha
procurei as palavras
que ninguém leu
ninguém sabe
nem eles, nem eu
chuto a vida pra dentro de mim
nem Deus sabe dar conta
do nó que eu mesma fiz
to saindo,
to correndo
pra fora de mim
nem quero
nem posso
pé fora...
afora isso, deixa pra lá.
vou "enfermeirando"
sou ouvidos,
sou colo,
sou dor,
sou conforto
e desconforto,
sou anjo
sou bruxa
sou agulha que espeta,
sou a mão que ampara.
se consigo ser tão antagônica
como pode uma vida
vivida linearmente?
nem pensar;
sou isto, este, aquele...
nem sempre, talvez.
porém , jamais
serei nunca!
bate o vento no Ipê
bate o sono
o frio tá chegando
e com ele
um edredon
me deixa feito gato
na beira do
fogão!
muito além daquilo que possam imaginar...
tanto amor,
te chamo irmão.
delicadamente nos misturamos.
não é preciso falar,
tá tudo certo.
irmã que você não teve,
irmão que eu perdi.
assim, a vida se equilibra.
tá tudo certo.
nos momentos de paz ,
nos momentos de dor.
Volta o outono.
O tempo muda.
a terra gira
como eu girando
em torno de mim.
só com os livros,
só com os estudos.
e a júlia pergunta:
Vó, o que é que você está estudando?
"metodologia científica"
Pra que serve?
estudar como se escreve um assunto científico
você vai ser cientista?
não.
então, pra que?
e o outono está de volta
e eu em torno de mim,
e no entorno, netos e filhos
perguntando o que não sei responder.